quarta-feira, 2 de abril de 2008

CARAVANA DA EMOÇÃO









Conhecido pela alcunha de “O Clube mais querido da cidade”, o Goytacaz Futebol Clube viveu no ano de 2006, um dia mágico, nostálgico para seus abnegados torcedores.
Ao empatar heroicamente em 0 x 0 com a Portuguesa, no Estádio Luso Brasileiro, na Ilha do governador, quando o clube de Campos atingiu 14 pontos, ficando assim com a quarta colocação na classificação geral da seletiva de acesso à primeira divisão do campeonato carioca de 2007.
Após o apito final do juiz, a explosão de alegria foi geral, nas arquibancadas do estádio e em toda a cidade de Campos dos Goytacazes, o time de maior torcida da região Norte/Nordeste Fluminense retorna á elite do futebol no estado, após 15 anos “penando” pelas divisões de acesso do campeonato estadual.
A ansiedade tomou conta de dirigentes, jogadores e torcedores, desde o início da semana que antecedia o grande jogo, pois a ânsia de todos era ver novamente o tradicional clube campista de volta a primeira divisão do futebol do estado do Rio de Janeiro e para isso foi organizada uma verdadeira caravana para a “cidade maravilhosa” para acompanhar o jogo decisivo.
A boa fase do time fez com que também ex-dirigentes, ex-jogadores e torcedores que estavam afastados do dia a dia do clube, “chegassem junto” para colaborar com o Goytacaz, neste momento tão importante para este clube quase centenário.
Antes mesmo de o sol aparecer naquela manhã de domingo, 25 de novembro, já era possível ouvir estouro de fogos e vozes a ecoar ao longe com os gritos de “Goyta”, além do desfile de camisas azuis por toda a cidade.
Por volta das 09:00 horas, uma pequena multidão já era vista, e principalmente, ouvida, nas imediações da Rua do Gás, sede do Goytacaz, além de vários outros grupos se formando por toda a cidade para irem até a capital do estado, torcer pelo seu time querido.
Pouco depois das 10:00horas da manhã, começa a sair os diversos ônibus rumo ao Rio, são cerca de 30 coletivos, além de um incontável número de vans e carros de passeio, que se perfilam na entradad da cidade de Campos, no Shopping Strada para dar início à viagem em comboio.
Dentro do ônibus n° 04 da Torcida Organizada do Goytacaz – TOG, quarenta e três torcedores cantam o hino do clube, gritos diversos e sambas de enredo das escolas de samba do Rio de Janeiro e das de Campos também, mantendo viva a memória carnavalesca da cidade, que já teve a sua “festa de Momo” considerada como a terceira melhor do Brasil.
Cantando várias músicas, regado a duas garrafas de cachaça, os torcedores alcançam a metade da viagem, é hora de dar uma parada para almoçar e o local escolhido é o restaurante Sabor do Sítio, localizado na cidade de Silva Jardim.
Todos alimentados e o responsável pelo ônibus de barriga cheia, cabeça cheia e bolso vazio, pois acabou sobrando para ele pagar a conta de seis rapazes que mesmo sem dinheiro para pagar o almoço, insistiram em comer, para só depois tentar dar um jeito, mas isso não desanimou a viagem.
O cansaço começa a bater e os gritos e cantos rareiam e é comum agora ouvirmos alguns roncos, pois as “baterias” precisam ser recarregadas para a hora do jogo, somente o motorista e o responsável pelo grupo, conversam de olho nas sinuosas curvas da BR 101.
O despertar de alguns torcedores e o forte cheiro de “peixe podre” na beira da Baía de Guanabara, anunciam que a chegada ao Rio se aproxima , o que anima ainda mais os que já acordaram, despertando os que continuam sonolentos.
Ao atravessar a Ponte Rio / Niterói, verifica-se que o comboio, maio disperso, se acumula em um grupo de 12 ônibus mais ou menos, além de uma grande quantidade de carros pequenos, que nos ultrapassa buzinando e estendendo uma camisa, ou uma bandeira azul.
Descendo a ponte e pegando a pista em direção a Avenida Brasil, ecoa os gritos de “Goytão, ê, ô, Goytão, ê, ô...” até a entrada para a ilha do Governador, o grupo logo avista a entrada para o Aeroporto Internacional do Galeão, agora homenageando o cantor e compositor “Tom Jobim”.
Na localidade do Cocotá já nas proximidades do estádio, todos os ônibus e demais veículos que facilitem a identificação como sendo de Campos, são parados e revistados pela polícia militar, que escoltará o comboio até o local da grande partida, evitando assim, o confronto com torcedores locais.
Ao chegar no belo complexo esportivo da tradicional Portuguesa carioca, os campistas, que são maioria absoluta no local, se depara com torcedores da “lusinha”, como a equipe carioca é carinhosamente chamada, que se confraternizam com muito churrasco e cerveja ao som da tradicional bateria da Escola de Samba União da Ilha do Governador e recepciona amigavelmente os visitantes.
Chegando a hora da partida, a torcida do Goytacaz, com cerca de 1.500 torcedores se aperta no espaço a ela destinado e fazem uma bonita festa com fogos, fumaça, papel picado e bandeiras.
O decisivo jogo começa e o time da casa pressiona, já que para eles só a vitória interessa para poderem ascender à divisão de elite do futebol carioca, já para o Goytacaz, o empate também interessa, caso a equipe do Bonsucesso não vença o time do Villa Rio, que joga em casa, na cidade de Resende, no sul Fluminense de Resende.
Um jogo tenso, com chances desperdiçadas pelos dois times, onde os destaques foram os goleiros Gláucio do Goytacaz e Max da Portuguesa que fizeram boas defesas salvando os seus times. O resultado persiste e aos 25 do segundo tempo, quando esse resultado eliminava as duas equipes e dava a classificação ao Bonsucesso, que vencia por um gol e cede o empate ao time de Resende; Com esse resultado a classificação é do Goytacaz, que vem se fechando e sofrendo uma forte pressão da equipe carioca até o apito final do árbitro da partida.
A comemoração ainda é bem tímida, pois o jogo de Resende começou com um atraso de 16 minutos e a vitória do Bonsucesso pode apagar o sonho de Campos de voltar a ter dois clubes na elite estadual. Os jogadores fazem uma corrente na beirada do campo, para ficar mais perto da torcida, que não ousa a arredar pé do bonito estádio da Ilha do Governador.
Os ouvidos atentos a tudo o que acontece no Sul Fluminense e o clima de ansiedade contagia a todos, quando aos 43 minutos do segundo tempo em um ataque inesperado do Villa Rio pega a defesa Carioca desprevenida e é o gol da virada do Villa Rio, a explosão foi geral no Rio de Janeiro, em Campos e em todo Norte Fluminense, agora ninguém mais poderia tirar a classificação do Goytacaz.
A torcida invade o campo para comemorar junto com os jogadores, as lágrimas vem de todas as partes e ecoa aos quatro ventos os gritos “ão, ão, ao, primeira divisão”, “Americano pode esperar, a sua hora vai chegar...” e “é Ferro, é Cano, no C... do Americano”, em alusão ao eterno rival.
Os torcedores se encaminham extasiados para os ônibus, que os levarão de volta a Planície Goytacá, onde a noite promete ser longa.
No restaurante Rei do Gado, uma parada para jantar, são sete ônibus que ali param, quando todos já estavam com seus pratos prontos, chegam seis ônibus de torcedores do Macaé Esporte, que foram também ao Rio, onde seu time enfrentou o Bangu.
O clima de tensão foi grande por ambas as partes, já que os dois clubes são tradicionais rivais e várias brigas entre seus torcedores foram anotadas. Com a intervenção dos líderes das duas torcidas, o clima de paz reinou, já que o dia era de festa, pois o Macaé havia ficado com a segunda vaga e o Goyta a quarta, o que credenciaria as duas equipes, junto com a do Bangu e a do Olaria, a disputarem novamente o Campeonato do Estado do Rio de Janeiro da primeira divisão.
Embarcando de volta no ônibus da TOG, da empresa Angélica Tur, para chegar ao destino final, Campos dos Goytacazes, que já deve estar em festa.
Quando chega pelos lados da localidade de Ibitioca, o cansaço é deixado de lado e os gritos de amor ao time são novamente evocados, acordando e animando todos dentro do ônibus, que pouco depois já avistam a cidade no horizonte, toda iluminada.
Como de praxe, a primeira parada ao chegar à zona urbana campista, é na Avenida 28 de março, uma das principais, onde se localiza o estádio do arqui-rival, Americano, que ao longe já se ouvia gritos de hostilidade ao alvinegro, o comboio se direciona para a Rua do Gás, onde o motorista deixa todos os passageiros e segue para seu merecido descanso.
Centenas de torcedores se aglomeram na porta principal do Estádio Ary de Oliveira e Souza, na expectativa da chegada dos jogadores.
Os vinte e dois homens que de dentro do campo, honraram as cores deste clube quase centenário, chegam em cima de um trio elétrico, que toca o hino do clube no mais alto som e se encontram com seus apaixonados torcedores, para assim completarem a festa.
A cidade que adormecia e acordou para saudar o seu clube mais tradicional e de maior torcida, volta aos poucos a adormecer, mas agora bem mais feliz e AZUL.


* Texto escrito por ocasião da ascensão do Goytacaz Futebol Clube, à 1ª divisão do futebol profissional do Estado do Rio de Janeiro, quando garantiu sua vaga ao se classificar na quarta colocação. Mas devido à morte do então presidemte da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, o Sr. Eduardo Augusto da Silva Viana, mais conhecido como “Caixa D’Água o torneio foi anulado e o tradicional clube amargou mais um ano na segunda divisão.

segunda-feira, 31 de março de 2008

CADÊ O MEU FUTEBOL ?



Início, ápice e decadência do futebol campista.


O escritor Guimarães Rosa chegou a dizer no inicio do século passado: “Futebol não pega, tenho certeza, estrangeirices não entram na terra do espinho”, esse foi talvez o maior engano da história do esporte brasileiro.
O futebol exerce um fascínio indescritível em nossas vidas, mesmo aqueles que não se interessam pelo esporte, não estão imunes à sua magia e sempre dizem para qual time torcem, quando indagados, sem contar em época de Copa do Mundo, que em dias de jogos da seleção brasileira tudo pára, decretando-se feriado nacional.
O assunto futebol não fica somente restrito aos estádios. Está, permanentemente, em nossas vidas: na escola, no clube, nos bares, em nossa família, nas esquinas, nos meios de comunicação e em todos os cantos, nós podemos ver, ouvir e sentir a sua presença.
Esse esporte que encanta é praticado em quase todas as partes do planeta, das Américas até a Oceania, dos confins gelados da antiga União Soviética até África, passando até mesmo pelo sagrado território do Vaticano, que por incrível que pareça, também tem a sua seleção “nacional”, formada por atletas da guarda suíça. Mais uma das curiosidades do futebol.
Acrescentando o fato de a Federação Internacional de Futebol – FIFA -, (órgão máximo do futebol mundial e suas vertentes: futebol feminino, futsal, beach soccer), ter mais países filiados do que a Organizações das Nações Unidas (ONU): 207 contra 191, fato este decorrente de descolonizações africanas e asiáticas nas décadas de 60 e 70 e do fim de países socialistas do Leste Europeu no fim dos anos 90 que se transformaram em mais de uma nação, como foram os casos da URSS, Iugoslávia e Tchecoslováquia, pois o futebol se tornou um dos elementos decisivos na formação de uma identidade nacional, esta não se limita mais somente em ter um território, uma nação e um governo, sendo essencial ter, também, uma equipe nacional de futebol.
O futebol moderno tem a sua origem oficial na Inglaterra, em meados do século XIX, mas há indícios de que os chineses e os romanos já jogavam bola há cerca de 3.000 anos antes de Cristo, como treinamento de seus exércitos; os materiais mais utilizados como bola nessa época era a bexiga de boi e os crânios dos soldados inimigos vencidos.
Desde a segunda Revolução Industrial que o futebol foi um meio usado para despolitizar a classe trabalhadora. Era uma forma de a burguesia desviar a atenção dos operários para o que estava acontecendo no cenário a sua volta, mas a estratégia não teve êxito total, pois o futebol de certa forma foi o gerador de várias “revoluções”, como a de que os negros não poderiam jogar o “jogo dos brancos”, da “elite”. O Clube de Regatas Vasco da Gama, que tem em sua origem na colônia portuguesa do Rio de Janeiro, foi um dos primeiros a abrir a suas portas para negros e operários.
O futebol foi introduzido no Brasil por Charles Willian Miller, paulista, filho de ingleses, que como todos de sua classe social, na época, vão estudar na Europa (Inglaterra, Suíça e França, principalmente) e conhecem o novo esporte que vem fazendo um grande sucesso, e quando voltam ao Brasil, trazem bolas, uniformes, bombas de ar, um grosso livro com as regras do novo esporte e muita vontade de montar times para difundir a prática do jogo aprendido em solo europeu, o esporte chegou aqui somente com o intuito de divertir os ingleses
Hoje, quando um jovem campista é perguntado sobre qual o time de futebol de sua preferência, logo indicará, na ponta da língua, um dos quatro grandes clubes da cidade do Rio de Janeiro e com raríssimas exceções você ouvirá como resposta um clube de Campos.
A quase totalidade não sabe nem da existência de times que marcaram época e que travavam verdadeiros duelos nos sempre lotados estádios campistas, embora sejam fatos de uma fase áurea do esporte bretão nas terras goytacaz, que muito pouco se deixou registrado e, assim como em todos os aspectos da sociedade, Campos dos Goytacazes tem muita história para contar, com pioneirismo e sempre mostrando a força de sua gente, e no futebol não foge a essa regra.
Assim como na Inglaterra o desenvolvimento desse esporte foi incentivado pelos grandes industriais, em Campos não foi diferente. A elite canavieira, desde os primórdios do futebol, ainda na era áurea da cana de açúcar e, depois, na fase decadente da indústria do açúcar, formou vários times como o São João, São José, Sapucaia, Cambaíba, Paraíso, entre outros de menor destaque. Ainda tivemos o Industrial Futebol Clube, que tem sua origem na antiga Fábrica de Tecidos da Lapa, sem contar com o Rio Branco (que dele se origina o Americano e o Itatiaia) e o Internacional - este o primeiro time formado na cidade.
A maioria dos jogadores desta época era composta por filhos de fazendeiros, médicos, advogados. Enfim, de todas as classes elitistas, muitos vindos inclusive da Europa, onde concluíram seus estudos e lá aprenderam à prática futebolística.
Poucos podem imaginar a imensa e eterna rivalidade existente entre o Goytacaz e o Americano, que data seu início, ainda, quando o futebol campista engatinhava, o que se estende até os dias de hoje, mesmo o alvi-anil estando afastado dos principais campeonatos durante muitos anos; assim como não se imagina a força do futebol campista, a ponto da famosa fábrica do cigarro “Olímpico”, das décadas de 20 e 30, que trazia em suas carteiras figuras dos jogadores dos times cariocas, reconhecerem a importância dos dois principais times de Campos e começou a produzir, também, as fotos dos craques de Americano e Goytacaz.
A primeira partida de futebol de que se tem registro em Campos foi no dia 14 de fevereiro de 1912, entre as equipes do Internacional x Aliança, em um campo improvisado, cercado por cordas, ao lado da Igreja de Santa Efigênia, esquina com a Rua Formosa, no centro da cidade.
Não se sabe ao certo quem foi o introdutor do futebol em Campos. Existem várias versões, mas o certo é que o esporte apareceu aqui na planície Goytacaz nos primeiros anos do século passado, segundo o jornalista Paulo Ourives, em seu livro, conta que o futebol tem a sua origem em Campos, com a passagem de um circo de cavalinhos pela cidade pelo ano de 1907, e que os artistas nas horas vagas jogavam o futebol nos capinzais da Praça da República, sem uniformes, sem chuteiras e com uma bola de couro toda costurada.
Já Nilo Terra Arêas escreveu no “Almanaque Esportivo do Jubileu de Ouro do Futebol Campista”, que a primeira bola foi trazida de Santa Catarina pelo chefe dos telégrafos, a pedido de seu filho. Hélvio Santafé lenda viva do esporte campista, afirma que foi o engenheiro mecânico da Leopoldina Railway, (transformada depois em Rede Ferroviária Federal e hoje Ferrovia Centro Atlântica) John John Duncan, um inglês que veio para Campos em 1887 e, depois, fez fortuna fabricando e vendendo dormentes para os trilhos das estradas de ferro e que foi um grande incentivador do futebol, inclusive tendo seus filhos Reginaldo, Percy, Armando e João, fundado um clube nos anos 20.
Muitos clubes existiram na cidade em diferentes épocas, muitos deles, não chegando a disputar os campeonatos oficiais, somente torneios regionais.
Durante toda existência do Campeonato Campista, a marca registrada da competição foi a imensa rivalidade que existia entre os quatro principais clubes da cidade: Americano, Campos, Goytacaz e Rio Branco, desde os primórdios do futebol de Campos na década de 10 até o final da década de 70.
O término do Certame Campista acarretou na decadência do time do Campos, até o seu desaparecimento definitivo do profissionalismo, e a luta do Rio Branco nas divisões de acesso do Estadual com destaque para o título de Campeão da Terceira Divisão de 1984, mais que em seguida levou o clube a entrar em crise e se licenciar de competições oficiais por quase duas décadas.
Houve também rivalidade dos clubes de Campos, com os de Niterói, ambas as cidades possuíam fortes ligas de futebol. Este fato também se deu em outras áreas, devido à cidade de Campos ter sido preterida como a capital do Estado, título concebido a Niterói, que levou vantagem na escolha, por sua posição geográfica bem perto da então Capital Federal.
A cidade do Rio de Janeiro foi até a inauguração de Brasília, a Capital Federal do País, não fazendo parte de nenhum Estado, quando então da transferência da capital para o planalto central a cidade passou a ser denominada como Estado da Guanabara, único caso no Brasil de uma cidade-estado e que por decreto do então presidente Ernesto Geisel, fundiu-se com o Estado do Rio, formando o atual Estado do Rio de Janeiro.
Esta divisão geográfica era também respeitada no futebol, quando os clubes cariocas disputavam o seu campeonato, organizado pela Federação Carioca de Futebol - FCF, enquanto os times do interior, filiados a Federação Fluminense de Desportos - FFF - jogavam o Campeonato Fluminense, hoje muito pouco lembrado pela imprensa especializada de todo o Brasil.
Há alguns anos surgiu uma idéia que até causou certo impacto na cidade, que era a de juntar os três times ainda em atividade (Americano, Goytacaz e Rio Branco) para fazer um único time que representasse Campos no cenário esportivo nacional e tivesse apoio amplo da prefeitura e do empresariado local para transformá-lo no quinto grande clube do Estado.
A princípio o novo clube se chamaria Campos Futebol Clube ou Grêmio de Campos, mas até agora, mais de dez anos após as primeiras conversas sobre o assunto, nada ficou resolvido e neste trabalho foram colhidas algumas opiniões de pessoas da imprensa esportiva, torcedores, dirigentes e ex-dirigentes dos clubes sobre a fusão das equipes, já que a rivalidade sempre foi muito acirrada entre esses clubes.
Campos sempre foi privilegiada no cenário futebolístico, em terras Goytacaz nasceram inúmeros craques que despontaram no futebol local, nacional e até mesmo mundial.
Desde a partida da seleção brasileira contra a Argentina, em 18 de novembro de 1923, no estádio Parque Central em Montevidéu, capital Uruguaia, válida pelo torneio Sul Americano daquele ano, havia três campistas atuando naquela partida, Mário Seixas e Cleóbulo Faria, o Soda, ambos do Americano e Amaro da Silveira, do Goytacaz.
Na primeira Copa do Mundo em 1930, também no Uruguai, o Brasil jogou novamente no Estádio Parque Central, desta vez contra a Iugoslávia e perdeu por 2 x 1, a seleção brasileira contava com Poly, grande craque do Americano.
Muitos atletas campistas tiveram passagem pela Seleção Brasileira, em diversas fases de nosso futebol, Destacando-se: Poly, Mário Seixas, Acácio, Bibino, Célio Silva, Odvan, Jorge da Paz, Amarildo, Tite, Pinheiro um dos maiores zagueiros da história do futebol brasileiro, formou a lendária defesa Castilho, Pindaro e Pinheiro no Fluminense e o grande mestre Didi, expoente da vitoriosa seleção brasileira bi-campeã do mundo em 1958 e 1962.
Depois da existência de cerca de duas dezenas de clubes profissionais, o futebol campista conta atualmente com apenas três agremiações, o Americano Futebol Clube, o Goytacaz Futebol Clube e o Clube Esportivo Rio Branco.
Mas outros remanescentes da fase áurea do futebol de nossa terra continuam em atividades, embora somente no âmbito do amadorismo, como são os casos do Municipal, Sapucaia, São José, Paraíso de Tocos e Campos Atlético.
O Clube Esportivo Rio Branco retornou ao profissionalismo em 2001, depois de mais de uma década licenciado na FERJ, conquistando a terceira divisão e garantindo o seu lugar na segundona, onde permanece até hoje. Possui uma imensa área onde existe projeto para construção de um Estádio. Realiza um trabalho de base que rende bons frutos para o futebol da região, e conta para isso com o apoio da Prefeitura Municipal de Campos.
O Americano Futebol Clube, grande papão de títulos campistas, quando passou a jogar o campeonato do estado do Rio de Janeiro, passou apenas a figurar nas colocações intermediarias, apesar de contar com bons times, nunca foi campeão do estado, apesar de ter chegado bem perto em 2002, quando venceu os dois turnos (Taças Guanabara e Rio) e mesmo assim teve que disputar a final, quando caiu para o Fluminense nas duas partidas realizadas no Maracanã.
Vários fatores contribuíram para o declínio deste fascinante esporte em nossa terra, certamente como citaram os mais antigos, assinalando o advento do rádio e, depois, a televisão – meios que afastaram alguns torcedores do estádio. Somando-se a isso vieram mais recentemente a violência das torcidas organizadas, a falta de grandes craques em campo, (já que são exportados, muitas vezes, ainda nas categorias de base), os horários das partidas e o alto preço dos ingressos.
A crise nas usinas de Campos, que ocasionou o fechamento em várias delas, nas décadas de 60 e 70 foi outro fator preponderante para queda de nosso futebol, já que equipes atreladas a essas empresas não encontraram suporte para continuar suas atividades no âmbito profissional. Como conseqüência, muitas delas fecharam as portas de maneira definitiva, outras continuaram apenas como times amadores.
As usinas que permaneceram com suas atividades estão nas mãos de empresários de outros estados e até mesmo de outros países, com exceção da Usina Paraíso que permanece sobre o controle da família Coutinho e incentivando o time de Tocos.
Outro fator não menos importante que determinou o declínio do esporte bretão não só em Campos, mas como em todo o antigo Estado do Rio, foi a fusão com o Estado da Guanabara, através da qual os principais times Fluminenses passaram a fazer papel secundário na nova Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, que então surgia, o que levou os clubes de menor estrutura e com nível apenas municipal a não resistirem a mudança e a encerrarem suas atividades. Alguns como o Fonseca ainda continuaram por pouco tempo no amadorismo e outros, como o Royal, de Barra do Piraí, Fluminense de Nova Friburgo, passaram a penar por vários anos nas divisões inferiores do campeonato estadual.
Na verdade o que acarretou a decadência do futebol no interior do Estado do Rio de Janeiro foi a soma de todos os fatores citados acima, aliado aos parcos investimentos feitos pelas prefeituras e iniciativa privada.
Mais os esforços estão sendo feitos para que num futuro, embora a luz no fim do túnel esteja fora do alcance da vista ainda, o futebol interiorano volte a ter a sua força de outrora.



Aristides Leo Pardo (Tide)




Texto escrito em janeiro de 2007 sobre a decadência do futebol da cidade de Campos dos Goytacazes

domingo, 30 de março de 2008

Carta de Bill Gates

Recebi este e.mail e achei conveniente publica-lo, ele demostra que a atualmente vivemos em um mundo altamente competitivo e que não há espaço para os “mais ou menos”.

CARTA DE BILL GATES

Em uma palestra, Bill Gates, criador da Microsoft, em uma escola secundária dos EUA disse as 11 coisas que os estudantes não aprenderiam na escola.
Ele disse também, como a política educacional tem criado uma geração sem conceito de realidade, e como esta política tem levado as pessoas a falharem em suas vidas posteriores à escola.
Muito conciso em sua fala, todos esperavam um discurso de uma, duas horas de duração...Ele falou por menos de dez minutos, foi muito aplaudido por outro tempo igual, agradeceu e foi embora em seu helicóptero a jato.

Regra nº1: A vida não é fácil, acostume-se com isso.

Regra nº2: O mundo não está preocupado com sua auto-estima.
O mundo espera que você faça alguma coisa útil por eles antes de sentir-se bem com você mesmo.

Regra nº3: Você não ganhará 5.000 por mês, assim que sair da escola.
Você não será vice-presidente de uma empresa, com carro e telefone á disposição antes que você tenha conseguido comprar o seu próprio carro e telefone.

Regra nº4: Se você acha seu professor (a) chato (a), espere até ter um chefe. Ele não terá pena de você.

Regra nº5: Vender jornal velho ou trabalhar durante as férias, não é algo que está abaixo de sua posição social.

Regra nº6: Se você fracassar, não é culpa de seus pais. Então não lamente seus erros, aprenda com eles.

Regra nº7: Antes de você nascer seus pais não eram tão críticos como agora.
Eles só ficaram assim por pagar suas contas, lavar suas roupas e ouvir você dizer que eles são “ridículos”. Então antes de salvar o planeta para a próxima geração, querendo consertar os defeitos da geração de seus pais, tente limpar pelo menos o seu próprio quarto.

Regra nº8: Sua escola pode ter eliminado a distinção entre vencedores e vencidos, mas a vida não é assim.
Em algumas escolas você não repete mais de ano e tem quantas chances que precisar até acertar. Isto não se parece com absolutamente nada na vida real. Se pisar na bola, está despedido, “Rua”!!!
Faça certo da primeira vez.

Regra nº9: A vida não é dividida em semestres.
Você não terá sempre os verões livres e é pouco provável que outros empregados o ajudem a cumprir suas tarefas no fim de cada período.

Regra nº10: Televisão não é vida real.
Na vida real, as pessoas têm que deixar o barzinho ou a boite e ir trabalhar.

Regra nº11: Seja legal com os cdf’s (Aqueles estudantes que os demais julgam que são uns babacas). Existe uma grande possibilidade de você vir a trabalhar para um deles.

Bill Gates

Dono da maior fortuna pessoal do mundo. Fundador da Microsoft, a única empresa que conseguiu enfrentar (e venceu) a Big Blues (IBM), a empresa que construiu o primeiro cérebro eletrônico (computador) do mundo, desde a sua fundação no meado de 1900.
Nunca nos ensinam nada de graça, temos que pagar, perguntar, errar e neste caso sermos humildes e inteligentes suficientes para aprendermos com nossos erros, pois este será o aprendizado de maior ônus e valia para nós.
Sorte tem aqueles que não possuem chefe, mas sim um pai ou um parceiro orientando, coordenando e apoiando seu trabalho.